Depois de uma qualificação que decorreu sem incidentes de maior, ninguém poderia prever uma corrida tão profíqua em acidentes, incidentes, reviravoltas e um final (mais ou menos...) inesperado, quase digna de um argumento cinematográfico. Mas vamos por partes.
A largada para a prova canadiana decorreu sem incidentes e, entre os primeiros, apenas Alonso perdeu uma posição para Rosberg. Hamilton saiu na frente, logo seguido pelo BMW de Kubica mas o inglês desde logo começou a cavar algum fosso para o BMW. Tudo decorria sem problemas, com a vantagem de Hamilton já a superar os três segundos quando, à 15ª volta, Adrian Sutil abandona entre as curvas 3 e 4 deixando o Force-India mal colocado na pista. Três voltas mais tarde, o Safety-Car entra em pista e assim que as boxes abrem quase todos entre os primeiros precipitam-se para trocar pneus e abastecer. E é aqui que se dá o episódio mais caricato deste GP e do qual ainda iremos, certamente, ouvir falar. Kubica e Räikkönen são os primeiros a despachar-se mas quando chegam ao final da linha das boxes, o semáforo ainda se encontra vermelho. Ambos param mas Hamilton, que vinha atrás, não consegue evitar o embate no Ferrari. Rosberg também acaba por se envolver no acidente ao acertar no McLaren-Mercedes do britânico. Rosberg ainda consegue efectuar uma volta completa à pista para voltar às boxes e trocar a asa dianteira do Williams mas para Räikkönen e Hamilton era o fim.
Quando o Safety-Car abandona a pista Nick Heidfeld fica na frente. Heidfeld estava com uma estratégia de apenas uma paragem e tinha-se mantido em pista durante a estada do Safety-Car. Aliás, os nove primeiros não tinham ainda parado nas boxes. Barrichelo encontrava-se em segundo, um resultado que nem o próprio piloto brasileiro esperaria no início da corrida, certamente. Mas os lideres supresa não ficariam por aqui. Um pouco mais atrás, os dois Toyota degladiavam-se pela sexta posição, com vantagem para Trulli que ia conseguindo conter os ataques de Timo Glock. Na 29ª volta, Heidfeld faz a sua única paragem, deixando o Honda de Barrichelo na liderança. Heidfeld troca para pneus macios e abastece para chegar até final da corrida, saindo das boxes precisamente na frente de Kubica, no outro BMW. No entanto, o polaco vinha com o carro mais leve e não demorou muito a trocar de posições com o seu companheiro de equipa afastando-se rapidamente deste.
Na volta 36, Barrichelo pára para abastecer e quem fica na liderança é Coulthard, num Red-Bull. No entanto, a alegria do escocês é efémera dado que a sua paragem para reabastecer acontece logo na volta seguinte. Na frente, os dois Toyota, com Trulli a liderar sobre Glock, uma imagem que deve ter feito os dirigentes nipónicos desejarem que a corrida acabasse naquele instante. Ambos os carros vermelhos e brancos ainda tinham que parar, assim como Kubica que vinha em terceiro, embora o ritmo do polaco fosse mais elevado. Na volta 39 Trulli pára, deixando Glock na liderança mas já com o BMW a encher-lhe ambos os retrovisores, e à 42ª volta, quando é chegada a vez de Glock parar, Kubica salta para o comando. O polaco ainda tinha que parar mais uma vez mas fez um esforço admirável para ganhar distãncia sobre Heidfeld, que vinha novamente em segundo lugar. Kubica chegou a ganhar mais de dois segundos por volta a Heidfeld! Entretanto, Alonso bate violentamente no muro da curva sete e abandona, juntando-se a Nelson Piquet que também já tinha abandonado mas nas boxes.
A 20 voltas do final, Kubica efectua a sua segunda paragem. A BMW troca os penus e abastece em 7,5 segundos o que significa que Kubica sai para a pista um segundo à frente de Heidfeld. E mais ninguém tiraria o polaco dessa posição até final. E no meio de tudo isto, onde andavam os dois restantes Ferrari e McLaren-Mercedes? Massa encontrava-se em luta com Trulli pela quinta posição, que acabaria por vir a conquistar, enquanto Kovalainen vinha mais atrás, na nona posição. Uma corrida verdadeiramente para esquecer para estas duas equipas que têm vindo a cumular erros sobre erros ao longo da temporada.
Quem agradece tudo isto é a BMW, que obteve uma merecida dobradinha com Kubica, finalmente, a alcançar uma merecida vitória. E logo na frente do seu companheiro de equipa, Nick Heidfeld. No degrau mais baixo do pódium um inesperado David Coulthard, num Red-Bull. E com estes resultados, Kubica é o novo lider da tabela de pilotos! A BMW é segunda na de construtores, a apenas três pontos da Ferrari. Mas confira nas tabelas as posições exactas:
- Kubica - 42 pontos
- Hamilton - 38 pontos
- Massa - 38 pontos
- Räikkönen - 35 pontos
- Heidfeld - 28 pontos
- Kovalainen - 15 pontos
- Webber - 15 pontos
- Trulli - 12 pontos
- Alonso - 9 pontos
- Rosberg - 7 pontos
- Nakajima - 7 pontos
- Coulthard - 6 pontos
- Glock - 5 pontos
- Vettel - 5 pontos
- Barrichelo - 5 pontos
- Button - 3 pontos
- Bourdais - 2 pontos
- Ferrari -73 pontos
- BMW Sauber - 70 pontos
- McLaren-Mercedes - 53 pontos
- Red-Bull-Renault - 21 pontos
- Toyota - 17 pontos
- Williams-Toyota - 15 pontos
- Renault - 9 pontos
- Honda - 8 pontos
- STR-Ferrari - 7 pontos
O campeonato está absolutamente ao rubro o que perspectiva corridas bastante emocionantes nas próximas etapas. A próxima prova é o GP de França que se disputa entre 20 e 22 de Junho. A não perder!