O Rali da Argentina, quarta prova do Mundial deste ano, arrancou hoje sob condições atmosféricas bastante adversas e que não se fizeram rogadas em reclamar vítimas um pouco por todo o pelotão e, quem sabe, influenciaram a tabela classificativa do Mundial... Mas ainda estamos no primeiro dia de prova, pelo que muita coisa pode ainda acontecer.
Quem, definitivamente, "começou" mal o rali foi a Suzuki, mais concretamente, Per-Gunnar Anderson que viu-se forçado a encostar o SX4 à berma com problemas mecânicos... a 4 kms do início da primeira especial.
Durante as duas primeiras especiais as condições atmosféricas foram particularmente agrestes, com muita chuva e nevoeiro. As pistas ficavam rapidamente degradadas com a passagem dos carros pelo que partir na frente era, mais que nunca, uma vantagem. E Hirvonnen provou-o, ao estabelecer, desde logo, o tempo mais rápido. Ao fim da terceira especial leveva já 50 segundos de vantagem para Loeb, segundo classificado. Ainda assim, o francês soava as estopinhas para manter esta posição, especialmente depois de ter efectuado um pião na segunda especial. Loeb admitia que Hirvonnen era inalcançável apesar do francês estar a andar ao máximo que lhe era possível.
Jari-Matti Latvala, no segundo Ford Focus, seguia de perto os lideres, pelo menos até à segunda especial onde bateu num talude, numa esquerda rápida, e capotou, necessitando da ajuda dos espectadores para voltar à pista. O Focus sofreu poucos danos, pouco mais que o pára-brisas partido, mas Latvala perdeu nove minutos e caiu de 2º para 29º. "Eu errei. É a vida" afirmou Latvala. No entanto, o jovem finlandês redimiu-se, em parte, na especial seguinte onde assinou o melhor tempo. E chegávamos assim à assistência a meio do dia. Para as etapas da tarde, Hirvonen partia na liderança com mais de 50 segundos de vantagem sobre Loeb.
Mas com condições tão traiçoeiras errar é fácil. E foi precisamente isso que Hirvonen fez. Logo na SS5, a primeira especial da tarde, o piloto da Ford saiu de pista e embateu violentamente numa pedra, danificando a suspensão do Focus WRC e hipotecando desde logo as suas hipóteses de uma boa classificação. Hening Solberg, também num Ford Focus mas da Stobart, imitou Hirvonen. Com tudo isto, Loeb passava para a liderança, Atkinson subia para segundo e Petter Solberg para 3º. Contudo, o norueguês começou aqui a sentir um problema que viria a traduzir-se num amortecedor partido. E ainda restavam duas classificativas até à assistência. Atrás do Subaru vinha Sordo, com o segundo Citroën. Na sétima especial a diferença entre ambos tinha já caído de 15 segundos para apenas 0,4. No entanto, a persistência de Solberg foi recompensada pois Sordo viu-se forçado a diminuir o ritmo devido a problemas com a direcção sendo, inclusivé, ultrapassado por Galli, que venceu a sétima especial, e que assim ascendeu à quarta posição com o Focus da Stobart. A Suzuki via aqui o seu segundo carro desistir também quando Gardemeister bateu numa rocha que projectou o Suzuki para fora de estrada, caindo dentro de uma vala de onde já não sairia.
Fica apenas a faltar a super-especial mas, antes desta, a classificação via Loeb na frente, seguido pelos Subaru de Atkinson e Solberg, e pelo Focus privado de Galli.
Veremos o que as duras classificativas argentinas, rematadas pelo tempo bastante difícil, vão originar amanhã entre a caravana do Mundial de Ralis.
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